* MILITAR; JUNTA GOV. RN 1891-1892.
Francisco
de Lima e Silva Sobrinho nasceu no Rio de Janeiro a 25 de abril de 1836, filho
de José Joaquim de Lima e Silva, visconde de Magé, e de Maria Eulália de Lima
Fonseca. Era neto do marechal de campo José Joaquim de Lima e Silva, sobrinho
do brigadeiro Francisco de Lima e Silva, barão de Barra Grande e regente do
Império, e primo de Luís Alves de Lima e Silva, o duque de Caxias. Seguiu a
carreira militar, sentando praça na Escola Militar em 1850. Alferes de
infantaria em 1854, foi promovido a tenente em 1860 e a capitão em 1866. Lutou
na Guerra do Paraguai (1864-1870) e foi promovido a major por atos de bravura
em 1869. Chegou a tenente-coronel em 1876 e a coronel em 1886.
Comandava
nesse ano o 34º Batalhão de Caçadores, em Natal, quando o deputado federal
Miguel Joaquim de Almeida Castro foi eleito governador do Rio Grande do Norte
pelo Congresso Constituinte estadual. Apoiou então o governo Miguel Castro, bem
como sua declaração de apoio ao fechamento do Congresso pelo presidente Deodoro
da Fonseca em 3 de novembro. Com a renúncia de Deodoro e a posse de Floriano
Peixoto 20 dias depois, diante da movimentação de Pedro Velho de Albuquerque
Maranhão e José Bernardo de Medeiros, líderes do Partido Republicano do estado,
no sentido de derrubar Miguel Castro, inclusive com o apoio de Floriano, deixou
de apoiar o governador eleito. Segundo Luís da Câmara Cascudo, tomou essa
decisão convencido por Manuel do Nascimento Castro e Silva, antigo governador
do estado, e por Joaquim Ferreira Chaves Filho, também partidário de Pedro
Velho, com a ajuda de Afonso Moreira de Loiola Barata, médico do batalhão que
comandava. Note-se que o incentivo de Floriano Peixoto à deposição de Miguel
Castro foi-lhe comunicado diretamente por auxiliares próximos de Floriano, como
Amaro Cavalcanti Soares de Brito e Aníbal Falcão.
Com a
chegada a Natal de Pedro Velho e José Bernardo, que se encontravam no Rio de
Janeiro, o coronel Lima e Silva consentiu que estes guiassem sua tropa até o
palácio de governo. Ali os dois líderes prenderam Miguel Castro em 28 de
novembro, deportando-o em seguida para o Ceará. Assumiu então o poder uma junta
governativa que deveria governar até que fosse eleito um novo Congresso
Constituinte estadual que deveria, por sua vez, eleger o novo governador do
estado. A presidência da junta foi atribuída ao coronel Lima e Silva, a quem
cabia coordenar os dois outros integrantes, Nascimento Castro e Ferreira
Chaves. A junta expeliu do governo todos os partidários de Miguel Castro e
declarou o Congresso estadual extinto, por ilegitimidade e ilegalidade,
tornando também sem efeito todos os atos da administração anterior. Em 17 de
dezembro foi marcada a eleição para um novo Congresso Constituinte estadual,
que deveria ser instalado a 20 de fevereiro de 1892. Contudo, Lima e Silva,
promovido a general de brigada em dezembro de 1891, foi transferido em 11 de
fevereiro para Salvador para comandar o 3º Distrito Militar. Não assistiu assim
à passagem do poder para o governador eleito em 23 de fevereiro, Pedro Velho.
Foi reformado como marechal em 1897. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 2 de
setembro de 1902.
Foi
casado com MARIA CANDIDA MARIZ SARMENTO, MARIA FELICIDADE DA CUNHA e GERALDINA ROZA DE OLIVEIRA
RENATO AMADO PEIXOTO
FONTES:
BARATA, C. Presidentes; BARATA, C. Súmula; CASCUDO, L. Governo; CASCUDO, L.
História daRepública; CASCUDO, L. História do Rio;FEITOSA, P. Quase; SOUZA, I.
República
FOTO - GENI